Às vezes a saudade não cabe dentro de mim. E o espaço dos momentos que já foram se embriagam nos limites do tempo que não pára, construindo um labirinto de tórrida amnésia alcoolizada e vestida sobre o ócio, pela eterna procura da pele afinada em tom de ajustamento e leveza. Espalhadas no vazio provocado por buracos incolores e atrofiados pelos músculos do casamento, eu assopro palavras que desarmam o vivido ser que fui, da cor que me é das mais sem cor, o preto encardido das desavenças, maculadas pela falta e ao mesmo tempo pelo alivio da ausência, desabitando em mim o que poderia hospedar melancolia infinda. Feito um garçom imantado com ofertas do agora, espero de bandeja degustar do destino, o tempero preparado por moléculas reagentes na química de uma nova fantasia, que já fermenta envelhecida em tonéis de ansiedade pelo fim do que sempre parecia ser começo.
Que me importa estar de frente pro futuro enxergando a genitália do passado ?
Saudade não é sexo monolítico nem paisagem enxertada de desejos de carência.
Saudade não é soma estéril, é o stereo do pensamento.
Saudade é o que eu sinto e o que vejo, às vezes combinada com ciência, debruçada sobre os ombros do nascer que não se acaba.
Saudade não é tempo inaugurado nem esforço masturbado na cama do livramento.
Saudade não é fórum de amizade se não veste a outra metade com o prazer, aprisionado no tribunal do esquecimento.
Saudade não tem lado nem idade, nem se mostra de verdade se falasse ao sofrimento.
Sendo assim pra que saudade ?
Pra sentir que já não sinto ?
Pra clonar comodidade ?
Saudade é a ilha de edição do imaginário, não abona nem dá falta à realidade. É um presente do passado no presente, sem prazo de validade, sem rancor, sem liberdade, se o sabor fica na mente.
Saudade não é sexo monolítico nem paisagem enxertada de desejos de carência.
Saudade não é soma estéril, é o stereo do pensamento.
Saudade é o que eu sinto e o que vejo, às vezes combinada com ciência, debruçada sobre os ombros do nascer que não se acaba.
Saudade não é tempo inaugurado nem esforço masturbado na cama do livramento.
Saudade não é fórum de amizade se não veste a outra metade com o prazer, aprisionado no tribunal do esquecimento.
Saudade não tem lado nem idade, nem se mostra de verdade se falasse ao sofrimento.
Sendo assim pra que saudade ?
Pra sentir que já não sinto ?
Pra clonar comodidade ?
Saudade é a ilha de edição do imaginário, não abona nem dá falta à realidade. É um presente do passado no presente, sem prazo de validade, sem rancor, sem liberdade, se o sabor fica na mente.