quinta-feira, 28 de maio de 2009

Caiado de melancolia
caí adentrando o curral das miragens intocáveis
mas, consciente de que era para desviar de vez
do rumo intricado das conjunturas dos impropérios.
Dei de cara com um mundo de anões de alma,
que não cresciam por estancarem namoro
com sentimentos costurados sem o revés da troca,
pela agulha pontuda dos imãs onipotentes.
Mas, eu cresci e me encontro hoje
alimentado de garra e firmeza,
com a certeza do recomeço programado pelo tempo,
que estava engarrafando os soluços que me regavam.

De que precisava esquentar o banco dos reservas
para esfriar a ansiedade da auto-confiança
e ganhar meu lugar no sonho dos meus sonhos.

Hoje betonei cada parte empedrada que me cobriu
e não senti mais o peso desmoronando,
pelo contrário,
senti leveza e alívio adornando meus pensamentos.


Tô feliz, pois soube passar pelo desassossego
sem me esconder da dor, namorando-a,
sentindo-me aprendiz de suas virtudes.
Combinei com cada anjo que me ajudou a serenar
que faria serenata pros deuses das desavenças,
pro querubim da infidelidade
e dos elogios de metáforas temperadas pela falta de ousadia.

Pois, através da mediunidade dos ensinamentos,
pude perceber
quantas asas ainda me faltam
para plainar melhor em bons ventos,

e o quanto deserdei do meu prumo
sem olhar pro tanto também que me faço um brincante do riso,
por ser humanamente imperfeito.

Não cabe mais sociedade com as lamentações
do que não alcancei, minguante.
Apenas a sabedoria e a compreensão
de que era preciso desfrutar de tanto arquipélago sem água
para aportar à ilha dos prazeres preconcebidos
em harmonias dedilhadas pela presença da esperança.

Hoje me sinto cabendo em mim
Hoje me sinto acolhido em mim
Hoje me sinto acordando em mim
Hoje me sinto um acorde em mi
Hoje me sinto um solfejo em lá
Hoje me sinto um sol feito em si,
onde me encontrava apagando-me.